"Underworld" por Adrenaline Mob Brasil


Após 4 anos de espera, quase uma Copa do Mundo, uma das maiores bandas de Prog Metal do mundo lança seu nono álbum de estúdio, "Underworld". Baseado no volume "Inferno" do livro "A Divina Comédia", de Dante Alighieri e na história de Orfeu, da mitologia grega, eles lançaram um álbum temático mais obscuro de toda a sua carreira.

Nono álbum de estpudio do Symphony X | Fonte: Divulgação

Tudo começa com a introdução "Overture", que realmente nos dá a impressão que estamos submergindo nas estranhas da Terra em direção ao Submundo ou Inferno, como queira chamar. Musicalmente, Michael Pinnella, dá um show nas orquestrações e corais feitos no teclado. Após essa, começa "Nevermore", o primeiro single lançado pela banda. Com riffs pesados, porém tecnicamente perfeitos, Romeo comanda a sinfonia fazendo algo moderno, porém não se esquecendo das raízes neoclássicas. Allen, como sempre não decepciona. Desta vez, diferentemente do que anda fazendo no Adrenaline Mob e no último álbum lançado pela banda, usa e abusa dos vocais limpos alternando graves e notas mais altas. Pela altura do som das guitarras, infelizmente o baixo fica apagado dando a impressão que LePond anda só fazendo o básico feijão com arroz.  Após essa, começa a faixa-titulo "Underworld", com riffs de Pinnella e Romeo botando pra foder. Essa é aquela música para banguear, sim banguear [!!!], num show de Prog Metal. Allen nos surpreende mais uma vez com vocais indo instantaneamente do limpo à quase ao gutural, quase realmente uma saudação de Hades para as almas que acabaram de passar para o outro lado. E, do nada, Ban!, muda novamente para os vocais limpos e agudos!!! O grande destaque dessa música é Romeo e Pinnella, diferentemente nos trabalhos anteriores, mais modernos e abusando dos sintetizadores, como ele fez no seu segundo álbum solo, "Ascencion". 

Symphony X 2015 | Fonte: Divulgação
Após essa porrada, vamos de baladas! Segundo Romeo, ele não sabe se é uma balada ou não, mas pra mim, é e que balada! "Without You" foi o segundo single a ser lançado pela banda. A estrutura dela lembra muito a faixa "Paradise Lost", do álbum de mesmo nome. Romeo nos mostra que não é preciso de muito para fazer uma balada perfeita. Com alterações entre guitarras acústicas e elétricas e um ótimo vocal, já temos a fórmula perfeita, inclusive seria um ótima música para se tocar nas rádios. Após essa, começa "Kiss Of Fire", com riffs de Romeo nos assustando após uma balada. Tipo uma tempestade após a bonança. Rullo se destaca absurdamente nas baterias, mostrando o quão subestimado ele é. Nem precisamos falar de Russell, não? Mais uma vez mostrando sua versatilidade. Pinnella nessa faixa usa bastante de suas orquestrações encaixando perfeitamente nas lacunas e deixando a música mais rica. Para aqueles que pensam que o Symphony X é só Romeo e Allen, definitivamente você mudará de ideia. Após essa, temos "Charon". Uma verdadeira viagem com Caronte em sua barca infernal. Tem tudo que o Symphony X faz: bons riffs, vocais acima da média e músicos mais que competentes. Depois começa a minha faixa favorita que escuto umas 3, 4 vezes por dia. Uma verdadeira jóia do disco. Tudo começa com uma introdução épica feita por Pinnella e Romeo. Ambos são realmente o destaque do álbum, já que Allen nem conta né? Ele é tipo um Midas do Metal: tudo que ele põe a voz, é sucesso na certa. Essa faixa, pra mim, é o destaque do álbum, contando com um pouco mais de sete minutos de duração e, será uma das que estarão no hall dos clássicos da banda. Tudo perfeito, começo melancólico, depois um solo, uma mudança na música tornando-a mais rápida e depois fechando com um lindo riff, claro de Romeo. Depois começa " In My Darkest Hour", com um riff a la "Heretic", do "Iconoclast" dando a impressão que será uma porrada, mas não, ela muda e se torna um pouco mais calma. Rullo espanca as peles de sua bateria nessa música. 

Fonte: Divulgação
Definitivamente, o destaque dessa faixa. Depois vem com "Run With the Devil", com uma introdução a la "The Great Debate" do álbum "Six Degrees Of Inner Turbulence", do Dream Theater. Em minha opinião é faixa que achei uma das mais fracas do álbum, apesar de um refrão bonitinho e grudento. No solo de Romeo, tem uma pegada bem forte de Blues e Rock clássico, que é o destaque da faixa, junto com a cozinha de Rullo e LePond. Aí começa a outra balada. Ah! Como adoro as baladas cantadas por Allen!!! "Swan Song", já pelo nome promete! E não decepciona. Com os pianos e guitarras, a música começa e Russell canta limpo e de alguma maneira, me lembra "The Acollade II" e o refrão melancólico me remete "Lady Of The Snow", respectivamente dos álbuns "The Odyssey" e "Twilight in Olympus" sendo que consegue ser original. Uma das baladas mais lindas pós "Paradise Lost", com Allen cantando com um sentimento que fazia tempo que não ouvia. E tudo se encerra com "Legend", com riffs que me lembraram, outra vez Dream Theater, com LePond se destacando absurdamente no baixo e mostrando o motivo de ser o baixista da banda. Com andamentos bem diferentes foi uma música que me cativou absurdamente, já que o destaque dessa faixa são TODOS os integrantes dando um tapa na cara daqueles que pensaram, assim como essa que vos escreve, que eles lançariam um álbum aquém do "Iconoclast".

Fonte: Divulgação
Não é um álbum  de se gostar na primeira ouvida, ainda se você espera um retorno 100% do neoclássico que os consagrou. Eles exploram o inexplorável e acertaram em cheio. Óbvio que muitos fãs não vão gostar. Mas será que álbuns como "Twlight in Olympus" ou "The Odyssey" não foram renegados no começo? Abra sua mente e seus ouvidos, como eu fiz e se delicie com essa obra de arte.
← Anterior Proxima → Página inicial